domingo, outubro 17, 2004

Não sou imortal!!


Posted by Hello

Ok! Pode parecer uma verdade óbvia, mas para mim não é (ou não era...) tanto assim! Logo à partida, a morte não é um tema que me ocupe grande número de pensamentos ou preocupações... Aliás, não é um tema do qual seja comum falar-se ou gostar de se falar... Penso que isto é comum à maioria das pessoas... Portanto, nunca sequer pensei muito no assunto... Talvez porque nunca perdi ninguém que me fosse assim muito, muito próximo... E talvez porque não quero pensar muito no medo que tenho de perder algumas pessoas...
Mas esta semana houve uma mente brilhante (leia-se: professor d1 cadeira de psicologia relacional) que, numa aula prática, veio com uma ordem, no mínimo, invulgar. Disse: "Agora vocês vão imaginar que já acabaram o curso, começaram logo a trabalhar e... passados 2 anos, morrem!" Que raio de ideia inconcebível!! Mas ainda acrescentou, como se não bastasse: "Vão imaginar o vosso funeral e os elogios fúnebres que gostariam de ouvir nesse dia, por parte das diversas categorias de pessoas com quem se relacionavam!". E lá enumerou: família, namorado, amigos, colegas de trabalho, ex-professores, ex-colegas de curso...
Beeem... Que exercício! Houve quem chorasse e tudo! Não admira! É realmente uma violência muito grande imaginar este tipo de coisas, principalmente para quem, como eu, nunca tinha posto a hipótese, pelo menos de forma tão séria e "real"... Estou convencida que ninguém (ou quase ninguém), que seja minimamente saudável e tenha 20, 25 ou 30 anos, imagina ou põe a hipótese de vir a morrer a curto prazo... Existem tantos projectos inacabados, outros tantos por formular... Parece, além de improvável, impossível!! Mas na verdade não é... Julgamo-nos imortais!! Talvez até ambicionemos sê-lo!
Uma coisa de que nos apercebemos nessa aula foi que, tudo aquilo que desejávamos ouvir em tão triste dia, das diferentes pessoas, eram, no fundo, os nossos grandes objectivos de vida, aquilo que pretendíamos realizar a médio e longo prazo, aquilo que, por vezes, esquecemos no dia-a-dia! Aquele tipo de coisas que veríamos como urgentes se hoje nos dissessem que morreríamos no prazo de uma semana...
Mas, se não sabemos que morremos amanhã (dia 18/10), sabemos que morreremos amanhã (n1 futuro, mais ou menos distante)... Então, porque não viver todos os dias como se esse dia fosse amanhã? Porque não lutar sempre por aqueles que são os nossos objectivos de vida? Porque não lutar para que não seja apenas nos elogios fúnebres que nos façam determinados elogios? Porque não dar motivos para que as pessoas pensem de nós tudo isso que desejamos, mais cedo do que no "último dia"? Sem adiamentos, sem desculpas esfarrapadas, sem conformismos, sem passividade...
É um bom exemplo da importância de "não deixar para amanhã o que se pode (e deve, acrescento eu) fazer hoje"! Porque... e se não houver amanhã???

5 comentários:

Anónimo disse...

Eu nao tinha pensado na morte até uma pessoa que me é muito querida ter corrido o risco de morrer e foi aí que eu comecei a pensar nela, foi aí que eu percebi o quanto gostava e ainda gosto dessa pessoa.
Até essa altura achava que a morte só xegava aos outros e nao a minha familia, que me é mais xegada, burrice minha, mas eu nessa altura devia ser crente de que a mim e aos meus entes mais queridos nada de mal podia acontecer.
Quando ixo aconteceu eu pensei muito e xeguei a conclusao que nós somos capazes de andarmos xateados ou discutir com uma pessoa durante muito tempo e de o fazer sem ter receio de que os outros ouçam, mas somos incapazes de dizer às pexoas que amamos de que as amamos e de o fazer alto e bom som p/ que ninguem tenha duvidas dixo.
Enfijm temos vergonha do que nao deviamos de ter, e depois vem a morte que é implacavel e faz com que ja nao possamos dizer à pessoa o quanto ela foi importante para nós e ela parte sem o saber, pode até deconfiar, mas nao tem a certeza, e depois é sempre bom ouvir que somos importantes para alguem.
Quantas mortes nao seriam evitadas se todos dissessemos as devidas pessoas o quanto elas nos sao importantes e até quem sabe vitais?
Lembrem-se se gostam dexa pexoa nao tenham medo nem vergonha de o dizer ou demonstrar, pois pode ser tudo aquilo que ela estava a precisar ouvir.
É a minha humilde opiniao.
Sapoca

Raquel Reis disse...

Sapoca: Bigadah pl visita e pl komentario!! :) Repete smp k kiseres! ;)
Kt ao tema... pois é, kts vezes n pensamos k "algo" só akontece aos outros? e n é só no k respeita à morte... o ideal era mesmo que dissessemos smp às pessoas o kt s importantes para nós, e o repetissemos muitas vezes na vida, à mesma pessoa, m... existem várias koisas k o dificultam...
Eu tenho pensado nisto (ou nunca teria lançado o tema, naturalmente) e apercebi-me que não me ensinaram a dizer "gosto muito de ti" com a frequência que deviam... É um facto! E isso dificulta tudo! Estou empenhada em fazer uma autoaprendizagem nesse sentido, porque acho que é importante... mesmo! E há tantas pessoas de quem gosto e a quem nunca disse isso... Provavelmente já o demostrei de outras formas, mas... será que fui compreendida em todas essas ocasiões?
Já agora, parece-me oportuno dizer-te que "gosto muito de ti!"! :) Mas tu sabes disso, não sabes? ***

Raquel Reis disse...

miho: sim, tb axo k a maioria teme a palavra morte
, até pk pka gente "arrisca" a falar dela! cada vez mais axo bom k s fale dela pk é algo d inevitável, certo? logo, n é p n falarmos dela k deixa d akontecer. pl kontrario, falar dela pode ajudar-nos a aceita-la km parte da vida. pk a morte n é o kontrario da vida, m sim parte dela!
poix... houve kem xorasse a fazer esse exercício! houve kem n konseguisse falar sobre ele dps d o fazer! e tdas as pessoas k o fizeram ficaram + ou - abaladas. era interessante olhar em volta para ver as karas do pessoal... ninguem fikou insensível!
e concordo! e morte ajuda a valorizarmos a vida! cd dia d vida, aliás! :) n devemos viver km s nka fossemos morrer... nem morrer km s n tivéssemos vivido!
***

Anónimo disse...

Por acaso há uns tempos atrás pensei um pouco nessa questão da morte, não com tanta profundeza, foi assim subtilmente, mas foi o suficiente para chegar a uma conclusão.
A pessoa mais velhota na minha família é a minha avó por parte da minha mãe, o meu avô por parte da minha mãe faleceu quando tinha à volta de 6 anos, e os meus avós do lado dos meu pai nunca os conheci. Mas o quê que isto tem a ver com o assunto?! Pois é, quero dizer com isto que a algum tempo atrás pensei: "as pessoas não são eternas, pelo menos aqui na terra, e a minha avó, a pessoa que ainda posso estar pertinho dela daqui a algum tempo (mais ou menos curto, espero que seja menos curto), também morre (eu sei que é duro, e muito directo estar a dizer isto, mas é a realidade! até porque ela já teve alguns problemas de saúde), e quando ela morrer?! Vou ficar a chorar e a pensar pra mim mesmo que poderia ter feito algo mais? Então porque não fazer esse algo mais agora enquanto ela está viva? É o que tenho vindo a fazer, passo em casa dela com mais frequência, fico a conversar com ela algum tempo, porque sei que ela gosta, faço-a sentir-se mais feliz..
Concordo contigo, keia, quando dizes que não nos ensinaram a dizer: "gosto muito de ti", mas acho que não devemos dizer enumeras vezes ao ponto de tornarmos esta expressão banalizada.. deveriamos sim dizê-la na medida certa, mas será por vergonha que eu não a digo? por não ter sido habituado a usá-la? Não sei, mas no meio disto tudo, todos falhamos, eu pelo menos falho, porque poderia ser eu a dar o 1º passo!
Keia, continua com o teu work, está interessante, gostei de visitar o teu blog, passei um bom momento.. obrigado.
Bruno***

Raquel Reis disse...

Bruno: fiko mm kontt k tenhas gostado e komentado! sem komentarios isto torna-se 1 monólogo e n é essa a ideia! :) bigado pl contributo!
infelizmente axo k a maioria das pessoas só pensa no k podia fazer kd já n pode fazê-lo... p isso estás d parabens, p teres tomado 1a atitude antes k fosse tarde! :) axo mm bonito o k estás a fazer! a tua avó é 1a srª xeia d sorte! :) aí está 1a prova koncreta d k pensar na morte pode ser mt bom, pode levar-nos a konclusões mt importts!
tb n axo k o "gosto mt d ti" deva ser banalizado! m agora k tenho pensado nisto, têm sido ttas as oportunidds d o usar, d forma pertinente, k tenho desperdiçado... lá está: falhei! e kontinuo a falhar! pk n é fácil a mudança! e 1a koisa destas n pode ser forçada, tem k ser natural, n é? m já tomei konsciencia da falha, o k é 1 inicio! ***