O caminho estava obscurecido pelo nevoeiro... Eu seguia às apalpadelas, sem certezas nem rota definida! Eram muitas as dúvidas, os receios, as angústias... Sentia o coração apertado e perdido em mim... Perdido no meio de nada e de tudo...
De repente, pareceu que a cortina de neblina se reduziu! Pareceu-me ver o sol ao fundo, a brilhar... Estranho!... Era noite, já! O sol? Impossível! Ele pareceu brilhar ainda mais quando o olhei, como a dizer-me "Sim, podes areditar! É possível"!
Pois... pareceu... não foi!... Mas eu acreditei, ingenuamente, que era! Que podia ser! Na próxima lista de coisas a fazer não me posso esquecer de inserir "Deixar de ser ingénua"...
Não passou de ilusão, não passou de erro de interpretação de factos, erro de suposição de vontades... Erro, erro, erro...
Mas é bem feito para mim!! Quem me manda acreditar no improvável? Afinal, a única culpada desta desilusão que sinto fui eu... Que criei a minha própria ilusão, por deixar as expectativas voarem sem controlo...
Quem me manda querer ver o sol brilhar na noite escura e enevoada? Quando as pessoas normais só vêm, na melhor das hipóteses, pequenas estrelas? Quando o nevoeiro não costuma deixar ver nem mesmo o nosso interior?
Mas no meu sonho era possível...
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